Resumo do Capítulo II da Teoria da Literatura segundo R. Wellek e A. Warren, Teoria da Literatura, 5ªed, Lisboa, Publ. Europa-América
O capítulo II da Teoria da Literatura segundo René Wellek e Austin Warren intitula-se: “Natureza da Literatura” e tem como principal objectivo, definir o objecto da investigação literária ou seja, aquilo que se pode considerar literatura e aquilo que simplesmente não é literário. Inicialmente os autores apresentam duas perspectivas para uma possível definição de literatura: a primeira é fundamentada a partir da teoria de Edwin Greenlaw que identifica a literatura com a história da civilização. A segunda consiste em reconhecer a literatura como os “grandes livros”, “notáveis pela sua forma ou expressão literária”. Quer isto dizer que existem fundamentos estéticos essenciais que determinam aquilo que é literatura tendo como base, características tais como, o estilo, a composição e a forma geral de apresentação.
Como estarão de acordo, podemos ter em conta o sentido etimológico da palavra “Literatura”, mas de acordo com Wellek e Warren, tal induz um erro porque a sugestão da etimologia de “litera” limita-se à literatura escrita ou impressa, pondo de parte a questão da oralidade. No entanto, é com a própria linguagem que se torna mais clara a natureza da literatura. Assim, os autores neste capítulo introduzem as principais diferenças entre o uso diário, científico e literário da linguagem. Torna-se em algo que não é simples na prática, uma vez que a literatura ao contrário das outras artes, não tem meios de expressão próprios e existem variadas formas para a sua utilização.
Linguagem científica: é “denotativa”, visa a uma correspondência de um para um entre o signo e a coisa significada; o signo é arbitrário pois tende a ser substituído por outros sinais equivalentes; o signo é transparente dirigindo a nossa atenção inequivocamente sobre a coisa referida; está inclinada para um sistema de signos tal como a matemática ou a lógica simbólica.
Linguagem literária: é ambígua, cheia de homónimos e de categorias arbitrárias ou irracionais como o género gramatical; é “conotativa”, não é apenas referencial pois é expressiva comunicando o tom e a atitude do orador/escritor; não se limita a afirmar e a exprimir pois quer influenciar a atitude do leitor, persuadi-lo e modificá-lo; o simbolismo sonoro da palavra é acentuado dando origem ao metro, à aliteração e às sessituras sonoras; acentua o grau de consciente realce do próprio signo; é pragmática; manifesta-se uma “personalidade”; pode haver uma conversão estabelecida: a linguagem faz poesia por ele.
Linguagem diária: não é uniforme: inclui largas variedades como a linguagem coloquial, a linguagem do comércio, a linguagem oficial, a linguagem da religião, o calão; tem também a sua função expressiva, embora esta possa variar; está repleta dos irracionalísmos e das mudanças contextuais da linguagem histórica; pretende atingir resultados, influenciar acções e atitudes mas, não se limita apenas à comunicação.
Comparando a linguagem literária com a linguagem de todos os dias, transparece uma distinção pragmática entre ambas. A linguagem diária é rotulada como simples retórica em que se verifica uma “contemplação desinteressada”, uma “distância estética” ao passo que, na linguagem literária há um “enquadramento” e determina-se pela sua “função estética”. Tendo em conta a “referência” relaciona-se o mundo literário com a ficção e a imaginação. Os seus traços característicos são precisamente a “ficcionalidade”, a “invenção” ou a “imaginação”, o que lança a concepção descritiva da literatura.
E. Wellek e A. Warren concluem o capítulo acerca da natureza literária fazendo uma breve distinção entre literatura e não literatura: a organização; a expressão pessoal; a realização; a exploração do meio de comunicação; a ausência de objecto prático; a ficcionalidade. Resume-se que “uma obra de arte literária não é um simples objecto, mas antes uma organização altamente complexa, de carácter estratificado, com múltiplos significados e relacionações”.
Como estarão de acordo, podemos ter em conta o sentido etimológico da palavra “Literatura”, mas de acordo com Wellek e Warren, tal induz um erro porque a sugestão da etimologia de “litera” limita-se à literatura escrita ou impressa, pondo de parte a questão da oralidade. No entanto, é com a própria linguagem que se torna mais clara a natureza da literatura. Assim, os autores neste capítulo introduzem as principais diferenças entre o uso diário, científico e literário da linguagem. Torna-se em algo que não é simples na prática, uma vez que a literatura ao contrário das outras artes, não tem meios de expressão próprios e existem variadas formas para a sua utilização.
Linguagem científica: é “denotativa”, visa a uma correspondência de um para um entre o signo e a coisa significada; o signo é arbitrário pois tende a ser substituído por outros sinais equivalentes; o signo é transparente dirigindo a nossa atenção inequivocamente sobre a coisa referida; está inclinada para um sistema de signos tal como a matemática ou a lógica simbólica.
Linguagem literária: é ambígua, cheia de homónimos e de categorias arbitrárias ou irracionais como o género gramatical; é “conotativa”, não é apenas referencial pois é expressiva comunicando o tom e a atitude do orador/escritor; não se limita a afirmar e a exprimir pois quer influenciar a atitude do leitor, persuadi-lo e modificá-lo; o simbolismo sonoro da palavra é acentuado dando origem ao metro, à aliteração e às sessituras sonoras; acentua o grau de consciente realce do próprio signo; é pragmática; manifesta-se uma “personalidade”; pode haver uma conversão estabelecida: a linguagem faz poesia por ele.
Linguagem diária: não é uniforme: inclui largas variedades como a linguagem coloquial, a linguagem do comércio, a linguagem oficial, a linguagem da religião, o calão; tem também a sua função expressiva, embora esta possa variar; está repleta dos irracionalísmos e das mudanças contextuais da linguagem histórica; pretende atingir resultados, influenciar acções e atitudes mas, não se limita apenas à comunicação.
Comparando a linguagem literária com a linguagem de todos os dias, transparece uma distinção pragmática entre ambas. A linguagem diária é rotulada como simples retórica em que se verifica uma “contemplação desinteressada”, uma “distância estética” ao passo que, na linguagem literária há um “enquadramento” e determina-se pela sua “função estética”. Tendo em conta a “referência” relaciona-se o mundo literário com a ficção e a imaginação. Os seus traços característicos são precisamente a “ficcionalidade”, a “invenção” ou a “imaginação”, o que lança a concepção descritiva da literatura.
E. Wellek e A. Warren concluem o capítulo acerca da natureza literária fazendo uma breve distinção entre literatura e não literatura: a organização; a expressão pessoal; a realização; a exploração do meio de comunicação; a ausência de objecto prático; a ficcionalidade. Resume-se que “uma obra de arte literária não é um simples objecto, mas antes uma organização altamente complexa, de carácter estratificado, com múltiplos significados e relacionações”.